Depois de um longo hiato, estou de volta com nossas postagens sobre a prática do RPG na escola. Vamos dar prosseguimento, falando um pouco sobre a criação de personagens numa aventura de RPG.
Como em um filme, existem vários tipos de personagens dentro de uma aventura rpgística, a depender do grau de envolvimento deles com a história:
Personagens Principais:
Protagonistas – São os personagens dos jogadores. Toda a aventura desenvolve-se em torno deles e, por isso, merecem toda uma atenção especial. Quem são? O que fazem? Como são? Quais suas principais habilidades? Como adquiriram? Quais seus anseios? E seus medos? Essas são algumas perguntas que merecem ser respondidas para que seus jogadores possam interpretá-los com mais fidelidade. É comum, ao se criar um personagem protagonista, fazer uma breve dissertação sobre os hábitos do personagem, suas características físicas e psicológicas. Os rpgistas chamam esse texto de background.
Antagonistas – São personagens não-jogadores (ou seja, interpretados pelo narrador). O antagonista é o vilão da história, o arqui-inimigo dos protagonistas, aquele a quem devem combater e vencer. A aventura pode ter apenas um antagonista (como na aventura “Epidemia”), um grupo de antagonistas (Aventuras “Zona de Conflito” e “A caçada”), ou até mesmo não ter um antagonista, precisando vencer apenas os obstáculos do ambiente da história (Aventuras “Colonizadores do Brasil”, “Vale dos Montes Uivantes” e “Resgate no Shopping”). Se a sua aventura prevê um ou mais antagonistas, dedique um tempo a mais para a sua criação, tanto quanto para os personagens protagonistas. Dê uma razão para que aquele personagem tenha se tornado o vilão da história. Quais as suas motivações? Porque se tornou naquilo que se apresenta na aventura? Ele tem chances de se regenerar ou é um caso perdido? Faça um texto breve que descreva o antagonista para que você possa interpretá-lo com mais intensidade, nunca esquecendo suas motivações, seus defeitos e qualidades, mesmo que usando-as para o mal.
Personagens secundários:
São personagens que aparecem brevemente na história. Todos eles são interpretados pelo narrador.
Coadjuvantes – São aqueles personagens que surgem para ajudar ou atrapalhar os protagonistas. É o bêbado na taverna que solta uma informação importante ou o homem misterioso que entrega um mapa antigo, o rei que os contrata para resgatar sua filha, os capangas do arqui-inimigo que perseguem os heróis, O monstro que se interpõe entre os protagonistas e o tesouro. Esses personagens não precisam de uma grande elaboração, sendo necessários apenas os dados da ficha de personagem (VT, habilidades, armas ou itens que carregam).
Figurantes – São os personagens que aparecem apenas para encher a cena. Os demais clientes da taverna, os pedestres na rua, etc. Esses personagens não conversam com os protagonistas ou, quando conversam, é algo muito rápido e sem importância. Desse modo, não é necessário pensar em muitos detalhes na elaboração de um figurante. Quando muito, pode-se detalhar trajes, fisionomia e aspectos raciais.
Com isso fechamos esta sequência sobre criação de uma aventura. No próximo post falaremos um pouco sobre o preenchimento da ficha de personagem do nosso sistema de regras. Espero você. Até mais!
Voltar ao menu Aplicando o RPG na Escola